Distando 10 Km da sede do concelho, Cabeço de Vide situa-se na encosta meridional de um monte, estendendo-se até à planície e aí formando um rossio que é tido como o mais amplo entre o Tejo e o Guadiana.
Há quem atribua aos romanos a fundação da primeira povoação, mas sabe-se que todo o território da freguesia foi alvo de ocupação humana desde o Neolítico. Comprovam-no os diversos achados arqueológicos aqui encontrados ao longo dos tempos: machados, facas de pedra lascada e polida e numerosas antas.
Os romanos devem ter permanecido aqui durante vários séculos. Pelo actual território da freguesia passava uma estrada subsidiária da importante via militar romana que ligava Lisboa a Mérida. Esta via servia as termas da Sulfúrea, onde foram encontradas ruínas de um balneário e muitos outros vestígios arqueológicos datados da época romana. Um pouco por toda a freguesia foram encontrados abundantes testemunhos de uma forte actividade romana.
Segundo a tradição a primeira fundação da localidade foi no sítio de Pombal. "Havia uma povoação onde, por ocasião de uma batalha, ficaram por enterrar muitos mortos do que resultou uma peste, alguns feridos subiram ao cabeço do outeiro e assim que respiraram os ares puros logo recuperaram a saúde, vendo isto, os que ficaram em baixo foram subindo ao alto do monte e lhe chamaram dali diante Cabeço de Vida e pelo tempo em diante Cabeço de Vide."
No ano de 1160, D. Afonso Henriques conquistou a povoação que foi retomada e destruída pelos árabes em 1190. Alguns anos depois foi reconstruída no alto do Cabeço para melhor se defender dos inimigos. Foi então levantado, ou reconstruído, um castelo e edificada uma cerca muralhada em torno da povoação.
No séc. XVI, Cabeço de Vide foi doada a um dos mais ilustres homens de armas e célebre Diogo de Azambuja. Este século foi época de ouro da vila que começou, em 1498, com a fundação da Santa Casa da Misericórdia por D. Leonor. Em 1512, D. Manuel I concede novo foral a Cabeço de Vide.
O declínio da vila começou durante as campanhas da Restauração que lhe arruinaram as casas, as muralhas e o castelo. Depois de vários anos negros na vida desta vila, esta deixa de ser concelho a 24 de Outubro de 1932, ficando integrada no concelho de Alter do Chão até 21 de Dezembro de 1932, data em que transitou para o concelho de Fronteira.
Vários foram os nobres que ocuparam cargos na Câmara de Cabeço de Vide, dos quais se destacam alguns membros da família Vaz de Camões. Os seus descendentes mantiveram-se por aqui por mais dois séculos.Sabe-se que pertenciam à baixa nobreza, que foram funcionários da Câmara ou agricultores numa propriedade, ainda hoje, designada por "Monte de Camões". Esta família habitava onde se situa agora o prédio nº 35 da Rua de Avis.
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